segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Big Black “Texas” / “Bazooka Joe”

 
Uma das minhas bandas de distinção, os Big Black, foi fundada por Steve Albini em 1981, em Evanston, Illinois, Estados Unidos.
Influenciado na altura pelo punk, Albini trabalhava numa rádio local onde colocava música, apostando mais tarde em comprar um Roland TR-606 Drum Machine, começando a tocar em universidades e a compor as suas próprias músicas. Com grande dificuldade em encontrar músicos que o cativassem, comprou uma guitarra eléctrica começando a gravar algumas músicas durante o verão de 1981, manipulando a guitarra, o baixo e a sua voz, com a ajuda de Roland TR-606 para a bateria. O EP “Lungs” seria o seu primeiro trabalho lançado em 82, contendo seis músicas, reeditado depois em 92. Era então que Albini formava os Big Black, afirmando que o titulo vinha do conceito do grande, do sinistro, do escuro, algo que todas as crianças tinham medo. Influenciado por bandas como os Suicide, Iggy Pop, Cabaret Voltaire, Killing Joke e os The Cure, Albini consegue acertar com o primeiro e novo membro para a banda, o guitarrista Lyle Preslar (Minor Threat), que rapidamente achou-o bastante incompatível com a sua música. “Lungs” passa pelas mãos de John Babbin, que é lançado apenas 1.500 cópias pela Ruthless Records nos finais de 82.
Em 83, Albini conhece o vocalista dos Naked Raygun, Jeff Pezzati, ao qual foi seduzido para se integrar nos Big Black como baixista. Junta-se ainda ao grupo, o guitarrista Santiago Durango, também dos Naked Raygun, com imensa capacidade de trabalhar nos arranjos e ajustes das músicas, ajudando imenso a refinar as ideias de Albini.  
É lançado em 83 mais um EP, “The Bulldozer”, que continha a participação de Pat Byrne (Urge Overkill), na bateria. Este lançamento começou a ganhar popularidade, sobretudo em Chicago, tentando aventurar-se por outras cidades norte-americanas, com concertos mais intimistas. A sonoridade agressiva e ruidosa, não seduziu muito o público que nessa altura estava muita atenta ao punk, e as mensagens satirizando o racismo, o sexismo, o machismo, e todos estereótipos da homossexualidade, também não ajudou muito, levando algumas pessoas a denominarem-no de fanático. Mesmo essas análises mais negativas sobre a banda e mantendo sempre os seus princípios firmes, assinam um novo contracto com a Homestead, lançando em 84 o EP “Racer-X”, que após a sua gravação, Pezzati resolve sair amigavelmente, devido ao trabalho cada vez mais exigente da banda. Dave Riley substitui Pezzati e começam a trabalhar no primeiro trabalho de longa duração, que viria a ser editado em 86. “Atomizer” um álbum poderoso, explicitamente misantrópico e muito bem-sucedido, onde mais uma vez continha temas bem controversos, tais como a pedofilia na musica “Jordan, Minnesota”, piromania, o suicídio em "Kerosene", racismo em "Passing Complexion” e o alcoolismo.
Em 87 a banda assina pela Touch and Go, e lança o EP “Headache” não sendo muito bem recebido pela própria banda, devido alguns desentendimentos e também de algum desgaste. Foi então decidido o fim da banda, mas antes ainda gravaram “Songs About Fucking” (1987), e realizando uma enorme tournée que passou pela Europa, Estados Unidos e Austrália. “Songs About Fucking” recebeu críticas bem positivas, sendo considerado por muitos, o seu melhor registo e o que definiu o som da banda.
Após o fim dos Big Black, Albini forma os Rapeman (87 – 89), e em 92 os Shellac, que ainda persistem. Também tem trabalhado como produtor com bandas como os Pixies, Nirvana, PJ Harvey, The Wedding Present, Jarvis Cocker, The Breeders, The Jesus Lizard, e entre outros. Foram também um dos principais percursores do rock industrial, e influenciando inúmeras bandas.

Deixo para audição dois temas, “Texas” do EP “Bulldozer”, e em seguida “Bazooka Joe” do LP “Atomizer”. Boas audições!



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