“Nosferatu” de Murnau (que já aqui referi no blog), é outro exemplo desse estilo que se estabeleceu entre 1919 e 1924.
Não foi na Alemanha que surgiu a arte expressionista. Ao contrário do que muitos pensam, os primeiros indícios deste movimento estão já presentes em pinturas, como a obra do norueguês Edward Munch, “O Grito” de 1893. As cores sombrias e as imagens distorcidas são um indício desse movimento.
Na Alemanha o expressionismo manifestou-se inicialmente através de revistas, cartazes e em cenários teatrais, no ano de 1918 em Berlim.
Neste contexto, Robert Wiene aceitou a proposta de realizar o "The Cabinet of Dr. Caligari", arriscando assim numa estética de vanguarda.
O filme impressiona pela sua inovação em elementos como os cenários, a iluminação, a fotografia e a sua atmosfera macabra impregnada de mistério, que resulta numa obra-prima e uma importante referência para o cinema contemporâneo.
Wiene confere a este filme uma imensa carga psíquica. A loucura é o sentimento que transmite com mais intensidade neste argumento, jogando inclusive com as nossas noções de normalidade e anormalidade.
“The Cabinet of Dr. Caligari” e “Nosferatu” foram uma influência inegável para Fritz Lang, que realizou mais tarde filmes como o “Metropolis” e “M – O Vampiro de Dusseldorf”.
A banda-sonora é, igualmente, genial, enquadrando-se perfeitamente na atmosfera do filme.
O Elenco é composto por Werner Kraub (Dr. Caligari), que é praticamente a alma do
filme, Conrad Veidt (Cesare), Friedrich Feher (Francis), Lil Dagover (Jane), Hans H. Twardowski (Alan), Rudolf Lettinger (Dr. Olson) e Rudolf Klein-Rogge (A. Criminal).
Curiosidade: Este filme completa no dia 26 de Fevereiro de 2010, 100 anos.
Sinopse:
“Num pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari, chega acompanhado do sonâmbulo Cesare, que supostamente estaria adormecido por 23 anos. À noite, Cesare vagueia pela cidade, realizando as previsões funestas do seu mestre, o Dr. Caligari.”
4 comentários:
"Dr. Caligari's Cabinet" está, sem margem para dúvidas, nos meus favoritos.
Valioso artigo, obrigada!
Espero que não te importes, mas tomei a liberdade de direccionar os meus leitores (se é que tenho alguns) para este fantástico artigo.
:)
Estás à vontade Lucífera!
E obrigado pelo elogio! É um clássico que gosto imenso e acho que era importante o referir.
Mais uma vez obrigado. ;)
Beijo
É um marco no Expressionismo alemão, sem dúvida, mas não bate o Nosferatu de Murnau.
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